Definição do Transtorno de Personalidade Borderline pela CID10

Neste artigo você acessa a definição diagnóstica do Transtorno Borderline de acordo com os critérios da CID10.

Na 10ª Edição da Classificação Internacional de Doenças (CID10) os Transtornos de Personalidade (no geral, não especificado o tipo Borderline) são definidos da seguinte forma:

Os Transtornos de Personalidade compreendem diversos estados e tipos de comportamento clinicamente significativos que tendem a persistir e são a expressão característica da maneira de viver do indivíduo e de seu modo de estabelecer relações consigo próprio e com os outros. Alguns destes estados e tipos de comportamento aparecem precocemente durante o desenvolvimento individual sob a influência conjunta de fatores constitucionais e sociais, enquanto outros são adquiridos mais tardiamente durante a vida. Os transtornos específicos da personalidade (F60.-), os transtornos mistos e outros transtornos da personalidade (F61.-), e as modificações duradouras da personalidade (F62.-), representam modalidades de comportamento profundamente enraizadas e duradouras, que se manifestam sob a forma de reações inflexíveis a situações pessoais e sociais de natureza muito variada. Eles representam desvios extremos ou significativos das percepções, dos pensamentos, das sensações e particularmente das relações com os outros em relação àquelas de um indivíduo médio de uma dada cultura. Tais tipos de comportamento são geralmente estáveis e englobam múltiplos domínios do comportamento e do funcionamento psicológico. Frequentemente estão associados a sofrimento subjetivo e a comprometimento de intensidade variável do desempenho social.

Sobre o Transtorno de Personalidade Borderline (Limítrofe ou Emocionalmente Instável) especificamente, classificado neste manual sob o código F60.3, a definição clínica é a seguinte:

Transtorno de personalidade caracterizado por tendência nítida a agir de modo imprevisível sem consideração pelas consequências; humor imprevisível e caprichoso; tendência a acessos de cólera e uma incapacidade de controlar os comportamentos impulsivos; tendência a adotar um comportamento briguento e a entrar em conflito com os outros, particularmente quando os atos impulsivos são contrariados ou censurados. Dois tipos podem ser distintos: o tipo impulsivo, caracterizado principalmente por uma instabilidade emocional e falta de controle dos impulsos; e o tipo “borderline”, caracterizado além disto por perturbações da auto-imagem, do estabelecimento de projetos e das preferências pessoais, por uma sensação crônica de vacuidade, por relações interpessoais intensas e instáveis e por uma tendência a adotar um comportamento autodestrutivo, compreendendo tentativas de suicídio e gestos suicidas.

O Manual Estatístico e Diagnóstico da Associação de Psiquiatria Americana, atualmente em sua 5ª Edição (DSM-V ou DSM-5), descreve e detalha o transtorno através de critérios diagnósticos que já foram descritos no portal.

A evolução e o prognóstico do Transtorno Borderline são explorados neste artigo, que descreve dois estudos longitudinais que acompanharam amostras grandes de pacientes por 6 a 10 anos.