Agorafobia – Definição, Diagnóstico e Critérios – CID10

Definição clínica, critérios diagnósticos e diagnóstico diferencial da Agorafobia (F40.0) de acordo com a CID10 (texto completo).

Acesse neste link a definição clínica e critérios para o diagnóstico de Agorafobia de acordo com o DSM-5.

Definição de Agorafobia

O termo “agorafobia” é usado aqui com um sentido mais amplo do que quando foi originalmente introduzido e como é ainda usado em alguns países.

Ele é agora usado para incluir medos não apenas de espaços abertos mas também de aspectos relacionados tais como a presença de multidões e a dificuldade de um escape fácil e imediato para um local seguro (usualmente o lar).

O termo, portanto, refere-se a um agrupamento inter-relacionado e frequentemente sobreposto de fobias que abrangem medos de sair de casa: medo de entrar em lojas, multidões e lugares públicos ou de viajar sozinho em trens, ônibus ou aviões.

Embora a gravidade da ansiedade e a extensão do comportamento de evitação sejam variáveis, esse é o mais incapacitante dos transtornos fóbicos e alguns pacientes tomam-se completamente confinados ao lar; muitos são aterrorizados pelo pensamento de terem um colapso e serem deixados sem socorro em público.

A falta de uma saída imediatamente disponível é um dos aspectos-chave de muitas dessas situações agorafóbicas.

A maioria dos pacientes é do sexo feminino e o início é usualmente no começo da vida adulta. Sintomas depressivos e obsessivos e fobias sociais podem também estar presentes, mas não dominam o quadro clínico.

Na ausência de tratamento eficaz, a agorafobia frequentemente se toma crônica, embora usualmente flutuante.

Diretrizes diagnósticas

Todos os critérios seguintes devem ser preenchidos para um diagnóstico definitivo de agorafobia:

(a) os sintomas psicológicos ou autonômicos devem ser primariamente manifestações de ansiedade e não secundários a outros sintomas tais como delírios ou pensamentos obsessivos;

(b) a ansiedade deve estar restrita (ou ocorrer principalmente) a pelo menos duas das seguintes situações: multidões, lugares públicos, viajar para longe de casa e viajar sozinho;

(c) a evitação da situação fóbica deve ser ou estar sendo um aspecto proeminente.

Diagnóstico diferencial

Deve-se lembrar que alguns agorafóbicos experimentam pouca ansiedade porque eles são consistentemente capazes de evitar suas situações fóbicas. A presença de outros sintomas tais como depressão, despersonalização, sintomas obsessivos e fobias sociais não invalida o diagnóstico, desde que esses sintomas não dominem o quadro clínico. Entretanto, se o paciente já estava significativamente deprimido quando os sintomas fóbicos iniciaram, episódio depressivo pode ser um diagnóstico principal mais apropriado; isso é mais comum em casos de início tardio.

A presença ou ausência de transtorno de pânico (F41.0) na situação agorafóbica na maioria das ocasiões pode ser registrada por meio de um quinto caractere:

F40.00 Sem transtorno de pânico

F40.01 Com transtorno de pânico

Inclui: transtorno de pânico com agorafobia

(fonte: CID-10, OMS)